Aprendizagem e preferências sensoriais

Por mais estranho que pareça, o conhecimento sobre as preferências sensoriais das pessoas, ainda não é comum no ensino. As pessoas com uma preferência maior num sistema, aprendem utilizando esse sistema. As pessoas de preferência sensorial visual aprendem através de imagens.

Ainda há professores que dizem às crianças para não olhar para o tecto, enquanto para estas crianças, é precisamente “lá” que elas estão a “ver” o assunto. Crianças de preferência cinestésica, cuja característica é o movimento, estão condenadas a permanecer sentadas. As auditivas são as que escutam a lição, aquelas para quem o assunto tem de ser contado.

Certamente que há diversas variáveis que facilitam a aprendizagem, mas acontece muitas vezes que a criança de sucesso numa disciplina é a que teve a sorte de ter o mesmo sistema de representação mental sensorial que o professor. O professor, inconsciente dos diversos tipos de sensoriais de como é processada a informação, explica o assunto (sempre da mesma maneira) no tipo de linguagem sensorial que lhe é querida. Pode torna-se assim, ele mesmo, a origem do “fracasso” do aluno. Acho que, mesmo que só se tenha a consciência do papel dos sistemas de representação sensorial na aprendizagem, só isso em si mesmo, já contribuiria para muita sala de aula diferente.

Para além disso há inúmeros outros factores a ter em conta e que determinam o sucesso do ensino. Há, por exemplo, características psicológicas que pedem uma maneira específica de ensinar. No meu entender, nem são precisas classes mais pequenas, nem mais dinheiro, para ter em conta as características individuais de cada aluno. É sim necessário que os professores desloquem a extrema atenção no conteúdo, para a forma de aprender. Há que respeitar e conhecer as pessoas e suas características próprias em vez de as massificar. Não exige necessariamente salas de aula mais pequenas, exige sim outras formas de ensinar