Combinar PNL e Mindfulness

1. O princípio mais básico em PNL tem a sua origem na semântica geral de Korzybski (1879-1950): “O mapa não é o território”. Podemos deduzir daqui que o mundo é o que imaginamos que é. O problema é que acabamos por acreditar nas nossas próprias construções mentais. Já Buda dizia o mesmo e práticas milenares de meditação têm como fim, de forma prática, ajudar-nos concretamente a não levarmos a sério as nossas fantasias sobre nós e o mundo. Mindfulness é uma técnica e atitude para auto-consciencialização contínua.

2. Cada vez se torna mais evidente no mundo da PNL uma nova formulação de um princípio antigo: “É o que é, as coisas são como são”. Ora a maioria das pessoas luta contra aquilo que é, e chegam à PNL para resolver isso (libertar-se da dor, medo, insegurança, solidão…). Assim esquecem outro princípio básico: “o sistema nervoso central não conhece negações”. A consequência é que quanto mais se luta contra aquilo que se não quer, mais o recebemos de presente. Mindfulness é o primeiro passo na aceitação das coisas como elas são (o que não é resignação), é sim um break com a maneira tradicional de reagir automática e abertura a novas possibilidades.

3. “Conduzir o autocarro da nossa vida”, o obectivo nº 1 da PNL, exige uma reviravolta na nossa maneira de pensar, sentir e agir. Significa “consciência consciente”. Um grau cada vez maior de consciência consciente de nós e do mundo só pode ocorrer a partir da paragem do nosso “piloto automático” quer dizer, da interacção automática e inconsciente entre o diálogo interno, os estados emocionais e a reacção comportamental. Mindfulness torna consciente este processo e apazigua-o.

4. Embora não seja directamente o objectivo da Mindfulness, o certo é que através da prática são libertos recursos tradicionalmente considerados de natureza espiritual: amor, serenidade, sensação de plenitude… Estes recursos são o que em PNL se chamam “estados essenciais” e são vistos como os recursos mais poderosos que podemos ter ao nosso serviço.