Como “construir” a crise dentro de si, e como sair dela?

Ultimamente tenho sido abordado, cada vez mais, por pessoas que atingiram o estado completo de ausência de perspetivas.
A “crise “exterior (política, social, económica) parece levar muitas pessoas a criarem uma crise multiplicada dentro delas. A maneira habilidosa como fazem isso é:
– através de uma associação completa com os problemas pessoais;
– tentativa de resolução através do raciocínio (diálogo interno);
– esquecendo o que é significativo para elas na vida.

A vivência contínua dos problemas sociais e económicos recria representações internas de caráter negro acompanhadas de sensações de ansiedade paralisantes de qualquer criatividade. Esta situação é agravada pelo facto de as pessoas terem a ilusão que podem resolver os seus problemas através do diálogo interno e do raciocínio. Na verdade nem sequer há raciocínio mas a repetição automática das mesmas construções cognitivas negativas que por sua vez vão agravar a ansiedade. Para sair desta situação as pessoas procuram vender o corpo e a alma num emprego qualquer esquecendo tudo o que possa justificar a sua razão de existir, o que destrói a motivação, contribui para ainda mais ansiedade e convida à inércia. O stress e a depressão acabam por tomar o domínio total do seu corpo e da sua vida.

Qualquer solução passa por um break, quer dizer, por uma mudança de estado emocional. Para conseguir isso:
– uso todos os meios, incluindo a provocação, para dissociar as pessoas do problema;
– conduzo as pessoas à tomada de consciência de que o pensamento nestas circunstâncias tem um efeito contrário ao desejado;
– aconselho que diminuam drasticamente o tempo de procura e exercício em atividades de sobrevivência;
– faço-as relembrar o que é para elas o seu significado de vida;
– até que me prometam gastarem grande parte do tempo na realização do que é para elas o mais relevante e motivador nas suas vidas.

Mais? Outras ideias?

(Pressuposto básico para que hajam algumas possibilidades de sucesso é que a pessoa aceite que é ela mesma a única responsável pelos seus próprios pensamentos, sensações e comportamentos).

J.F.