Os sabotadores internos

Conhece? A voz do crítico na nossa cabeça impedindo um pensamento efetivo e um comportamento adequado?

– Não sou bom o suficiente, não sou capaz, o medo, a culpa… e todos os argumentos que conduzem à dúvida e à destruição sistemática da autoimagem e a uma sensação de cada vez maior desconforto …

“A auto crítica é como dar marteladas na própria cabeça e ficar admirado por isso e ainda por cima perguntar-se porque é que dói”.

Como lidar com isto? Há inúmeras respostas, tanto do ocidente como do oriente, algumas já com milhares de anos, frutos da experiência histórica da humanidade.

Aqui vai mais uma, inspirada no clássico “reenquadramento em 6 passos” da PNL, uma das técnicas aliás que considero das mais `elegantes` que este método até hoje produziu e que nem todos percebem o alcance:

  1. Investigue atentamente a voz na sua cabeça: – O quê exatamente, sobre o quê, quais as consequências, que convicções atrás de convicções limitadoras, que provas? (para aprofundar o sistema de perguntas em relação ao padrão linguístico utilizado, consulte o “Modelo Meta”, a primeira obra da PNL, embora na altura este nome “PNL” ainda não existisse);
  2. Aceite o sabotador, pois quanto mais luta contra ele mais força ele tem (este é um dos primeiros princípios em PNL, talvez o mais importante: “o sistema nervoso central não conhece negações”);
  3. Investigue se o sabotador tem um “nome”, que nome tem? Se lhe surgir um nome negativo, continue, mas saiba que não é esse o seu verdadeiro nome. Isto é essencial (e se isto não for claro, parece-me que possivelmente só um curso, ou até mesmo alguns cursos, sejam necessários para compreender o alcance);
  4. Visualize o que aparentemente considerava como “sabotador”, escute-o, observe os seus pensamentos e dê atenção às sensações no seu corpo;
  5. E pergunte-se qual será o objetivo positivo que o tal “ sabotador” tem para si (estimulá-lo a aperfeiçoar-se? evitar falhanços e alcançar proteção? mantê-lo alerta?);
  6. Investigue se não haverá outras formas, outros pensamentos, outros comportamentos que sejam mais eficientes para o “sabotador” realizar os objetivos positivos?
  7. Tenha uma conversa íntima com essa parte protetora interna de si e ofereça-lhe as alternativas que encontrou e explique-lhe as vantagens;
  8.  Se essa parte se mostrar recalcitrante ou você sentir uma resistência interior qualquer, isto é porque talvez as alternativas não são boas o suficiente;
  9. Continue procurando alternativas positivas para satisfazer as intenções positivas da voz crítica na sua cabeça até que tudo se acalme e sinta certa paz dentro de si e traduza isso numa conversa amorosa com essa parte de si;
  10. E não faça mais nada, fique por aqui. Muitas vezes quanto mais se faz mais se estraga a iguaria e mais se estraga o jardim, dando água em excesso por exemplo, devido à  nossa obsessão de auto preservação e utopia idealista cultural de perfeição – o que justifica muito possivelmente a razão antropológica de existir da voz crítica;
  11. Abrace essa parte que antes considerava sabotadora e deixe-se espantar pelas surpresas que o esperam no caminho da vida!

J.F.