
P. – Quem és?
J. – Sou o José.
P. – Não te perguntei pelo nome, perguntei “quem és?”
J. – Sou diretor de um banco.
P. – Não te perguntei que trabalho fazes.
J. – Sou um homem, sou casado, pai e jogador de golfe.
P. – Não, não. Não é essa a minha pergunta. Não te perguntei sobre os teus papéis sociais. Perguntei “quem tu és”.
J. – Olha, não sei. Sou uma pessoa de sucesso.
P. – Não te perguntei o que conseguiste na vida.
J. – Pronto, é assim: Sou esta pessoa que está aqui na tua presença. Este é o meu corpo.
P. – Ah, curioso, Tu dizes que este é o teu corpo. Mas quem és tu, afinal? Se este é o teu corpo onde é que tu estás?
J. – Boa pergunta…
P. – Espera lá, se substituirmos os teus braços, pernas, coração, rins… por órgãos artificiais, tu continuarias a seres tu?
J. – Continuo… penso que sim, que continuarei a ser eu.
P. – Mas quem é então esse “eu” que continua a seres tu?
J. – É o meu cérebro.
P. – Ás vezes, em certas operações, são retiradas partes do cérebro. Continuarás apesar disso a seres tu?
J. – Muito provavelmente.
P. Qual é então a parte das 1300 gramas de cérebro que se pode considerar: “Sou Eu”? Onde estás escondido?
J. Possivelmente que não existe parte nenhuma que seja um “eu”
P. Pois não, tu continuas a existir mesmo que não tenhas consciência de ti. Só quando acordas o cérebro começa a produzir a ideia da existência de um “Eu”.
J. – Então o “Eu” é, se calhar, simplesmente um pensamento…
P. – O “Eu” é talvez uma ideia que pensa que possui um corpo!
(Livremente adaptado de Paul Smit, “Iluminação espiritual para pessoas preguiçosas” edição holandesa)