Algumas de finições e uma uma breve hitória da PNL
Definições
A definição talvez mais clássica do que é PNL, é-nos dada pelo seu cofundador, Richard Bandler. Definiu PNL como sendo “o estudo da estrutura da experiência subjetiva do ser humano e o que se pode fazer com isso”. Ou: “ uma atitude e uma metodologia, que deixam um rastro de técnicas”.
“É uma estratégia de aprendizagem acelerada para a deteção e utilização de padrões no mundo”, segundo John Grinder. Outra definição sua: “É o processo de criação de modelos de excelência através da modelagem. A modelagem é a atividade complexa de captura, na forma de um código de aprendizagem transferível, das diferenças que fazem a diferença entre uma pessoa ou grupo excelente e um médio.”
Simplesmente “qualquer coisa que funcione”, segundo Judith DeLozier.
Robert Dilts: “A PNL é uma escola de pensamento pragmático – uma “epistemologia” – que aborda os vários níveis envolvidos no ser humano. É um processo multidimensional que envolve o desenvolvimento de competências comportamentais e flexibilidade, mas também abrange o pensamento estratégico e uma compreensão dos processos mentais e cognitivos por trás do comportamento”.
Uma definição que denota um grande sentido de humor: “PNL é o estudo de como o placebo funciona e a sua aplicação na prática”, segundo Lucas Derks.
Eu próprio (José Figueira) aventurei-me com uma definição: “PNL é uma atitude de curiosidade e experimentação com o fim de descobrir as estruturas do funcionamento da comunicação connosco e com os outros para podermos utilizar essas estruturas na descoberta de quem realmente somos (desprovidos de máscaras e teatros sociais) e aplicá-las no nosso crescimento pessoal e realização de objetivos significativos para nós e para o mundo”.
O termo Programação em PNL tem a ver com a maneira como registamos e trabalhamos as nossas experiências. Pressupõe-se a existência de uma estrutura própria no nosso pensamento e comportamento, estrutura essa que pode ser aprendida, transformada e ensinada.
Neuro tem a ver com o sistema nervoso. Ponto de partida é a perceção do mundo através dos sentidos (VACOG: visual, auditivo, cinestésico, olfativo e gustativo) que cada um faz a sua própria maneira e com as suas próprias preferências.
Linguística refere-se ao emprego da linguagem verbal e não-verbal para registo e transmissão de experiências, pensamentos e emoções. A forma como a informação é codificada vai influenciar a maneira de sentir, pensar e agir.
O conhecimento dos processos do funcionamento da mente, um conhecimento com o “corpo todo” e não meramente intelectual, dá-nos a possibilidade de nos libertarmos de padrões limitadores e, ao mesmo tempo, empregar as estruturas encontradas para ir ao encontro do que sentimos como mais essencial em nós, agir a partir desse cerne para encontrar novas formas de comunicação com o mundo que possam levar-nos, não só a nós mesmos a sentirmo-nos bem e realizarmos o nosso significado de vida, mas ajudar os outros a realizarem-se também construindo ao mesmo tempo um mundo mais agradável, justo, ecológico, pleno de emoções gratificantes.
Uma brevíssima história da PNL
Aparece no meio dos anos 70, na Califórnia, como resultado da sinergia entre Richard Bandler (especialista em matemática, computadores e estudante de psicologia) e John Grinder (professor de linguística, grande conhecedor da gramática transformacional de Chomsky e da semântica de Korzybski). Depois de trinta anos de silêncio parece ter havido um terceiro fundador: Frank Pucelik.
Desenvolve-se no seguimento do estudo que fizeram de psicoterapeutas de renome da época. E tudo isso acontece quando os “hippies”, uma parte do movimento da contra cultura dos anos 60, está a chegar ao fim e entram em cena os yuppies, o que faz da PNL uma certa mistura. Por um lado encontram-se tendências como “paz e amor”, “ser verdadeiro”, “si-mesmo”, “contacto com o sentir interior” e “tudo é possível”. Por outro lado o “pragmatismo”, “prestar”, “algibeira cheia” dos seguidores da moda do Young Urban Professional. Cada pnliano e cada instituto move-se numa linha entre estes extremos.
Bandler redigia então, como part-time, textos de workshops e discursos do psicoterapeuta Frits Pearls e é influenciado por ideias como a vivência do aqui e agora, a luta contra os papéis sociais corretos e a tomada de auto responsabilização pelo nosso próprio comportamento. Com base no que via nos vídeos, Bandler começou ele mesmo a experimentar com grupos de colegas estudantes e depois John Grinder fazia o que tinha visto Bandler fazer.
O cocktail Bandler e Grinder produz , entre 70 e 80, os elementos que formarão a base da PNL: a vivência do aqui e agora, os modelos do mundo e as relações da linguagem com a experiência, padrões linguísticos modelados de Virginia Satir (o modelo Meta com as suas omissões, generalizações e distorções) e Milton Erickson (o modelo da linguagem de transe) , o acento na auto responsabilização (primeiro pelo próprio comportamento, mais tarde pelo nosso total modelo do mundo), a modelagem, e um número de técnicas para atingir objetivos. A partir de Virginia Satir, para alem do Meta Modelo de linguagem, desenvolvem o modelo das partes, os aspetos relacionais e o rapport.
Do contacto com Gregory Bateson nasce o conceito da ecologia e o modelo Tote, um modelo para comportamento direcionado a atingir um objetivo. De Milton Erickson, para além do modelo linguístico com o fim de criar a sugestão indireta e das metáforas, vem a ideia de recursos e a calibragem de comportamentos não-verbais como manifestação de experiências internas.
Em 1981 dá-se a grande separação Bandler – Grinder acompanhada de disputas jurídicas. Grinder desenvolve então o que ele chama “Novo Código” em que é dada muita atenção aos aspetos éticos, ao papel dos níveis internos na transformação e na importância enorme das intenções positivas. Novas técnicas juntam-se às antigas, como as posições percetivas, a atenção para a paragem do diálogo interior, o novo emprego das linhas do tempo, etc.
Bandler, por seu lado, desenvolve então o que ele chama de Design Human Engineering e dá uma atenção redobrada à hipnose. Concentra-se sobretudo no papel das sub modalidades.
Nos anos 80 a PNL desenvolve-se muito pelo mundo. Uma segunda geração entrega-se ao estudo, ao seu desenvolvimento e a espalhar a PNL. Surgem por todo o lado institutos. Uma variação enorme tem lugar devido à contribuição de pessoas tão diferentes como Leslie Cameron Bandler, David Gordon, Anthony Robbins, Robert Dilts, Todd Epstein, Stephen Gilligan, Tad James, Steve e Connirae Andreas, etc. Variando entre o mais espiritual e o mais comercial, a PNL sai da terapia e faz a sua entrada em todos os contextos da vida, no ensino, na saúde, no comércio, nas organizações…
Dilts descreve a PNL atual como tendo sido desenvolvida em três gerações. A primeira concentrou-se nos aspetos cognitivos. A segunda nos aspetos somáticos e é então dada muita atenção às convicções, valores e meta programas. O corpo e o inconsciente recebe um lugar mais central. Com a terceira geração entra em cena o conceito do “campo” e dá-se atenção a sistemas mais abrangentes como a família, a organização e a cultura e a aspetos de identidade e missão. Fala-se, às vezes, de campos energéticos e é normal o alinhamento de níveis (neuro)lógicos.