Transformação da história pessoal

Uma técnica simples (do Panorama Social, aqui muito simplificada, mas mantendo o essencial) e ao alcance de todos, suficiente para transformar, aqui e agora, a sua vida. Funciona desde que se tenha compreendido que as determinantes da sua vida não são os factos.

Os “factos” são, no fim de contas, o que imaginamos sobre nós e sobre a nossa vida. Tudo aquilo a que chamamos de acontecimentos da nossa vida, são interpretações e não a realidade!

O que fazemos é a transformação da interpretação através duma nova visão sobre os acontecimentos.

1. Pergunte-se, tendo em consideração que as pessoas fazem sempre o melhor que está ao alcance da sua compreensão e das suas competências no momento: – Qual é a minha necessidade fundamental, a necessidade que em criança o meu pai ou a minha mãe não preencheram… (porque muito possivelmente eles também a não receberam de seus pais)? Faça um inventário dos recursos que lhes faltaram e que eles não lhe souberam transmitir.

2. Veja, ouça, sinta, cheire, prove, como é que poderia ter acontecido se eles tivessem possuído esses recursos. Imagine, por exemplo, que os seus avós tinham os recursos necessários de que os seus pais necessitavam. Formule-os um por um. Crie uma metáfora, cor, um simbolismo qualquer que represente esses recursos. Imagine os seus avós envoltos e possuindo esses recursos.

3. Imagine agora os seus pais, à nascença, recebendo esses recursos dos seus avôs. Imagine os seus pais crescendo com os recursos até se encontrarem e formarem um lar cheio de recursos.

4. Imagine-se a nascer de pais com estes recursos num novo lar. Brinque, experimente, interaja, com este pai e esta mãe ideal. Sinta-se a crescer, agora na posse dos recursos. Pense os pensamentos deles para consigo, sinta, veja, ouça, prove as intenções e comportamentos deles agora de posse de todas as competências ideais. E receba tudo isto no seu íntimo: o amor, a atenção, a segurança.

5. Sinta o que é vivenciar este novo pai, esta nova mãe. Aperceba-se dos novos recursos de que está usufruindo e abra-se perante as novas perspectivas da sua história. Sinta como todo o seu passado é imbuído de nova informação.

6. Neste novo estado, apoiado pela nova memória de seu pai e de sua mãe, por estes novos pais agora presentes, pergunte-se:
– O que é que esta nova situação acrescenta à minha vida actual?
– Quais são as repercussões no futuro, agora na posse destes novos recursos?

(A única razão pela qual este exercício pode não funcionar, é você dizer: – isto é imaginação, a realidade foi outra. Claro que não funciona desta maneira e nada funcionará na sua vida até que saiba, com todas as suas células, que esta imaginação é tão real como as memórias que traz consigo a que chama reais. O que realmente conta, são as interpretações que se faz de si, dos outros, do mundo).